domingo, 14 de setembro de 2014

Primeira Liga, 4ª Jornada: Vitória S. C 1 - 1 FC Porto - Escandaleira e mania do elástico.

#FCPorto #Guimarães #PauloBaptista #Breogán

Comecemos pela escandaleira. A liga ainda tem dono. Falou na semana passada e apontou ao FC Porto. Foi à televisão, publica e notoriamente, atira-se ao FC Porto, felicita um outro clube e apela a um terceiro para que se junte ao que felicita. Ali, na “lata”. O recado estava dado. Enquanto se mantiver por aí, uns terão que jogar bem melhores que outros. O que aconteceu hoje em Guimarães só é compreensível com este cenário. Dois penaltis claros por assinalar e um fora de jogo a roubar um golo que resulta de uma jogada em que Brahimi está em linha, logo, em jogo. Em Setúbal, o Vitória local empata limpinho, mas logo é anulada a ousadia. Via aberta para 3 pontos.


O FC Porto já sabe onde leva este caminho. A estrada é sinuosa e cheia de acidentes. Quase sempre favorecendo uns e atrapalhando outros. Veremos se a SAD salta a terreiro, ou se irá refugiar no voto de silêncio que parece cumprir.

Quanto ao jogo, foi a demonstração cabal de que certas manias tácticas não favorecem o FC Porto. E sim, falo de Lopetegui. Imagine o leitor o que seria encarar os defesas tão só como defesas. Não percebeu? Não interessa de é central ou lateral. Se é canhoto ou destro. Faz meia parte a central, noutra meia a lateral ofensivo. No próximo jogo, baralha tudo e dá de novo.

O que se passa no meio campo do FC Porto é esta mania do elástico. Há uma cultura táctica vigente que preconiza que os médios são absolutamente elásticos. Podem ocupar posições mais defensivas e ofensivas, ou interiores e exteriores. O que, na minha modesta opinião, não é verdade.

E aqui chegamos, a um teste complicado, jogando fora e num terreno eternamente hostil. Pela frente, uma equipa com talento, confiante no seu arranque de campeonato, bem orientada e, sobretudo, muito bem estruturada a meio campo. Do lado portista, mais um jogo onde o 8 é 6. O 6 é 8 e um 8 tenta ser 10. Um 10 no flanco e Brahimi. Por isso mesmo, o FC Porto a meio campo só foi Brahimi, pois só ele estava no lugar. É simples. Só ganhou companhia quando Evandro entrou.

A primeira parte do FC Porto é muito má, resumindo-se a uma perdida logo a abrir por Brahimi e outra, num lance de génio, por volta da meia hora. O resto foi ver a banda passar. O meio campo do Vitória varria a amálgama de jogadores do FC Porto e os seus extremos abriam a possibilidade de contra-ataque. Do lado portista, só Brahimi dava alguma profundidade, mesmo não sendo ele um extremo puro.

Mastigado e lento, o jogo do FC Porto encravou. Até que o jogo parou por desacatos na bancada. O Vitória abranda o ritmo e o FC Porto respira.


A segunda parte traz um FC Porto revigorado, mas rapidamente cai para a mesma anarquia. Foi preciso entrar Evandro para o FC Porto ganhar alguma criatividade no centro do terreno e ser capaz de meter mais bolas no flanco de Brahimi. O FC Porto chega justamente ao golo, de penalti, e Lopetegui tenta manter o bom momento da equipa ao retirar Quintero da ala por Tello. A intenção foi boa, mas a substituição acaba por ser pífia. O extremo estraga mais do que cria.


Aproveita o Vitória para voltar a reunir a meio campo e chega ao golo num penalti oferecido por Jackson.

O FC Porto lança-se no ataque, mas entre o trabalho de Paulo Batista e alguma falta de sorte não chega à vantagem. Golo feito mas anulado e duas oportunidades que se perdem por pouco. Lopetegui confia na elasticidade da equipa e só lança mão de Aboubakar no minuto 90. Para o milagre. Onde já vi isto?



Análises Individuais:

Fabiano – O Vitória não lhe deu muito trabalho. Foi competente em tudo que teve que resolver.

Danilo – Esticou pouco jogo pelo seu flanco e perdeu alguns duelos para Caiado e Bernard.

Angél – Perante Hernâni foi sublime. Nem um milímetro de espaço. Quando entrou Gui, tornou-se estranhamente errático. No ataque, esteve bem sempre que solicitado.

Indi – Sem qualquer ponta de dificuldade frente a Tomané. Precisa de ser mais dinâmico. Jogou demasiado de cadeirão.

Maicon – Autoritário na defesa, varreu todo o perigo atacante do Vitória.

Casemiro – Pode ser duro. Pode ser possante. Pode fazer uns cortes vistosos, com garra, mas não é 6. Nunca foi. É jogador para fazer pressão alta e com demasiada vontade de fazer transporte de bola. Casemiro é um 8. Aqui, no Brasil e em Espanha. Não sabe aguentar, não sabe entregar a bola, não sabe ficar longe dela. Bernard fez-lhe a cabeça em água.

Rúben Neves – Perdido, trocado e baralhado. Pobre rapaz. Cresce no FC Porto a 6 e já quase joga no flanco. Demasiado radical para quem começou ontem.

Herrera – Há uma diferença substancial entre ele e Guarín. O colombiano é muito mais fiável. Herrera desperdiça muito para inventar algo de diferente. Ainda por cima, a equipa não lhe cria o espaço que tanto precisa para embalar.

Quintero – Mais um treinador que acha que vai dar extremo ou que pode ser arrancar daí. Mais alguém quer tentar?

Brahimi – Foi a luz do meio campo até entrar Evandro. Um talento que não rendeu mais porque a equipa não o alimentou. O melhor em campo.

Jackson – Lutou, voltou a ser mais 10 que 9. Marca um penalti e deita tudo a perder numa patetice. Foi pena.


Evandro – Alguém que saiba pisar terrenos de um 10. Alguém que saiba atacar com critério e meter a bola no flanco. Finalmente, alguma estrutura a meio campo.

Tello – Absolutamente patética a sua participação. Substituição acertada mas assassinada pela prestação do jogador. Recepções de bola dignas dos pelados da distrital e uma perdida escandalosa e isolado por ter medo de assumir o remate. Se fosse um que eu cá sei…não haveria rayo que o partisse.

Aboubakar – Mostrou capacidade e nada mais. Lopetegui só se lembrou dele no finzinho.



Ficha de Jogo:

Vitória S. C 1 - 1 FC Porto
Competição: Primeira Liga, 4ª Jornada
Data: 14 de Setembro de 2014
Estádio: D. Afonso Henriques, Guimarães
Assistência: 25.358

Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)
Assistentes: José Braga e Valter Rufo
4º Árbitro: João Pinheiro


Vitória S. C.: Douglas, Bruno Gaspar, João Afonso, Defendi, Traoré, Cafu, André André, Bernard (Bouba Saré, 92), Hernâni(Bruno Alves, 75), David Caiado (Gui, 67) e Tomané.
Suplentes não ultilizados: Assis, Josué, Chemmam, Knezevic.
Treinador: Rui Vitória


FC Porto: Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi, Jose Angel, Casemiro, Ruben Neves (Evandro, 54), Herrera (Aboubakar, 90), Brahimi, Jackson e Quintero (Tello, 64).
Suplentesnão utilizados: Andrés Fernández, Marcano, Ricardo Quaresma, Ricardo.
Treinador: Julen Lopetegui


Disciplina: Cartãoes amarelos para; Maicon, Casemiro, Jackson, Brahimi, Evandro do lado do FC Porto e Bruno Gaspar, Bernard, Tomané e Gui do lado dos vitorianos.

Golos: Jackson (61) e bernard (69)


Por: Breogán

4 comentários:

Anónimo disse...

Para além de foras de jogo mal assinalados um deles dava golo, há 2 penaltys que o Paulo batista não marcou a favor do FCP. Um sobre Braimi e outro sobre Quintero. Ambos claros.
Fala FCP.

Anónimo disse...

Excelente crónica, realmente apesar do homem de vermelho, existiram coisas que devem rectificadas, por exemplo a colocação de Quintero quando existem extremos disponíveis, um meio campo desconectado e pouco criativo que necessita de ser revisto, ter outra postura e criatividade, finalmente um ataque que carece de incisão.

Abraço e uma excelente semana
Sherlock

Nuno disse...

Lopetegui tem de abrir os olhos, jogar com Casemiro, Neves e Herrera ao mesmo tempo não serve na Liga Portuguesa. Estávamos a jogar contra o Guimarães, não contra o Barça ou o Bayern, temos de assumir o jogo. Quando Evandro entrou simplificou as coisas. E Quintero tem de jogar a 10.
Não gosto de falar nas arbitragens mas é verdade que ontem tivemos um golo mal anulado e ficou um penalty por marca (o penalty sobre Quintero é duvidoso e o jogador fez muita fita). Péssima arbitragem do Paulo Batista

Ninja disse...

Jackson
Brahimi. Tello.
Casemiro Evandro
Ruben
Alex. Indi. Maicon. Danilo.

Fabiano.

So queria isto na noite europeia. Nada mais. Será que Lopetegui me faz o favor?


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