domingo, 17 de agosto de 2014

O Mercado de Transferências vs Talentos Perdidos








Em princípio poderá até não haver uma correlação direta de forças entre os dois títulos em epígrafe, todavia, perante o que se tem passado no panorama nacional e internacional com estes dois temas, resolvi por bem fazer os seguintes considerandos para uma eventual discussão neste painel sobre estes assuntos:




1.     Quanto ao que concerne ao primeiro título, “mercado de transferências”, o que será que faltará para as instâncias responsáveis da UEFA e os clubes em geral se reunirem e se organizarem em conjunto, no sentido de estipularem uma data única para o fecho do mercado, acabando de vez com esta situação bipartida e anómala que só confunde e prejudica a maior parte dos clubes, em detrimento de um favoritismo isolado e injustificado para uma pequena parcela de clubes?

2.     Não seria mais prático, coerente e racional para todos os clubes europeus, saberem de antemão com o que podem ou não contar no seio dos seus plantéis, antes do início dos seus campeonatos, e não terem surpresas desagradáveis no último dia do mercado de transferências, sem terem depois tempo e possibilidade de retocarem as suas equipas?

3.     O que estará então por detrás de toda esta polémica decisão? Qual será a razão principal de os clubes lesados ainda não se terem unido para tentarem resolver entre si um problema que a todos diz respeito, que escamotiamente e hipocritamente todos se queixam, e se tem arrastado no tempo e que só os prejudica?

4.     Quanto ao segundo tema, “talentos perdidos”, também se me oferece dizer que, quer queiram ou não, por mais que tentem adiar esta situação, mais tarde ou mais cedo os clubes vendedores, como os nossos denominados de “três grandes”, se quiserem continuar a competir diretamente com os grandes colossos económicos europeus, aparecendo continuamente ou fugazmente em finais europeias, não terão outra alternativa do que apostar definitivamente nos talentosos jogadores que têm formado nas suas academias, e para que isso seja uma pura realidade, só têm que lhes dar as oportunidades que eles precisam e justificam, mesmo que por qualquer razão de início não o demonstrem, pois, só o tempo, a perseverança e o trabalho contínuo em campo é que conseguirá trazer bons resultados.

5.    Se fizermos uma análise mais aturada e rebuscada, facilmente encontraremos enormes talentos de jogadores portugueses que se perderam no tempo, e que mais tarde poderiam trazer enormes mais-valias aos clubes que os formaram, sendo que lamentavelmente alguns deles foram transacionados por verbas irrisórias para o talento nato que patenteavam, ou até simplesmente dispensados dos seus clubes de origem, apresentando-se de imediato em bom nível noutras ligas mais poderosas com excelentes performances, demonstrando desde logo que se lhes tivessem dado as oportunidades necessárias, poderiam ser agora figuras preponderantes no seu país natal, e talvez a própria seleção nacional não tivesse tantas dificuldades para encontrar jogadores para certas posições carenciadas.

6.    O problema é que os clubes continuam numa linha de estratégia desportiva errática, a apostar em jogadores de outras paragens, que muitas vezes nem de perto nem de longe, fazem a diferença para melhor do que aqueles que temos por cá, sendo claro que muito do que está em jogo e tem obstaculizado a inversão desta problemática, são os interesses pessoais de dirigentes e empresários que só pensam nas comissões sobre as transferências desses mesmos jogadores, em detrimento da aposta no produto nacional que já demontrou que tem qualidade. 

Por fim, e como diria a voz do famigerado Big Brother, “É tudo por agora”, ficando eu a aguardar as vossas sábias análises e os demais comentários sobre os temas em apreço.

Por: Natachas

1 comentário:

Sérgio disse...

Concordo que não faz sentido haver prazos diferentes para fecho do mercado e só benificia os clubes economicamente mais fortes contribuindo para um cada vez mais desiquilibrado panorama europeu. Penso que esta opinião é generalizada e nunca vi ninguém defender publicamente o contrário pelo que, só vejo que se possa tratar de um "interesse paralelo" (mais um) da UEFA.

Discordo que esteja na formação a possibilidade de competir com os tubarões (mesmo considerando o longo prazo) Vejamos o exemplo da Alemanha: o Dortmund forma (ou lança-os em inicio de carreira) e o Bayer compra ou fica com eles em final de contrato. Se isto acontece dentro da mesmo realidade económica, considerando os desiquilibrios dentro da europa mais grave seria.

Se o objectivo for nivelar os compeonatos e as competições acredito que há outras soluções como limitação dos planteis a um número máximo de não formados no clube ou limitação de orçamentos (algo parecido com o Draft ). Se acredito que primeira possibilidade possa ser possível relativamente á segunda já me parece que, pelo tipo de paixão gerada pelo futebol, seria mais dificil de aplicar.

http://portistaconvicto.blogspot.com

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