quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O mercado que tarda em mexer (Por Eddie the Head)





Com o aproximar da data de encerramento do mercado de Inverno, torna-se indispensável tomar algumas decisões quanto ao nosso plantel.






Antes de mais, é necessário resolver a situação de Kleber. Sendo um jogador que aparentemente não conta para Vítor Pereira, o seu anunciado empréstimo tarda em ser consumado. Essa confirmação abrirá portas à chegada de outro ponta de lança, sendo que o nome de Liedson já não é surpresa (chegou inclusive ontem ao Porto).

No entanto, a situação mais preocupante neste momento é a falta de soluções para as alas no ataque. Há cerca de um mês escrevi neste mesmo espaço um texto sobre o mercado de inverno, no qual salientei a importância da SAD ir buscar um extremo diferente daqueles que temos atualmente, jogador esse que pudesse entrar facilmente no onze titular. Neste momento esse jogador ainda não chegou e, pelo que se lê e ouve, não estará para chegar. E isso é preocupante.






Se analisarmos o futebol da nossa equipa atualmente, verificamos que temos um estilo de jogo bem definido e interiorizado por todos os jogadores, que mostram confiança em campo, um estilo de jogo pressionante sem bola e que, com ela, privilegia a possa da mesma em jogo de passe curto essencialmente. E temos jogadores para esse estilo. O problema é que temos jogadores apenas para esse estilo, e faltam na frente jogadores diferentes. Se olharmos para equipas de top que jogam desta forma, verificamos que o Barça tem um Pedro Rodriguez, um Alexis ou até um David Villa; o Arsenal tem um Walcott ou até um Gervinho. Isto deve ser olhado em perspectiva: não se pede um jogador deste calibre para o Porto, pede-se sim pelo menos um jogador com estas características. Um jogador que procure constantemente o espaço, sem bola, e que, com ela, assuma o um para um quando os jogos estão mais “mornos”. Alguém que nos possa permitir, por vezes, jogar doutra forma.

No plantel actual há 2 jogadores próximos de encaixar nesta definição:

o primeiro é Atsu; o ganês é rapidíssimo, mas está mais formatado para explodir com bola; não é muito comum vermos Atsu a procurar movimentos de rotura sem bola, prefere ir no um para um e ultrapassar o defesa em velocidade. Apesar disso, é um jogador que poderia encaixar na definição de “extremo diferente”, mas que atualmente não está cá.

- o segundo é Iturbe. O argentino tem todas as características para ser esse jogador: é muito rápido, remata bem, sabe procurar o espaço. Mas teima em não colocar as suas qualidades ao serviço da equipa, tentado ser aquilo que não está preparado para ser. Quer sempre fazer tudo sozinho, com a bola nos pés, quando o seu jogo sairia favorecido se procurasse mais o espaço e menos a bola. Isto, a juntar a outras questões mentais, fazem com que neste momento não seja opção e deva mesmo ser emprestado.

Os outros extremos do plantel são diferentes: Varela é cada vez menos explosivo, sendo cada vez mais um avançado; James é um criativo que gosta de andar por toda a frente de ataque, mas é lento e muito colectivo e Kelvin ainda é um miúdo, apesar de estar a ganhar minutos e confiança: pode ser o jogador dos desequilíbrios com bola no pé, mas nunca será o jogador que dará agressividade ao ataque, procurando constantemente o espaço.  

A ausência de um jogador assim faz com que o nosso jogo perca, muitas vezes, velocidade no último terço; dificulta também que jogos mais fechados sejam desbloqueados.

Isto torna-se ainda mais grave no actual momento, pois Atsu está ausente na CAN, James está lesionado e Iturbe já está na Argentina, teoricamente para ser emprestado. Também Kleber está lesionado, diminuindo ainda mais as opções ofensivas.

Esta é a principal lacuna do plantel e, aparentemente, não vai ser resolvido. Já nem vou mencionar a falta de um lateral direito suplente, porque neste momento é uma questão secundária.

Resta-nos esperar por uma surpresa, ou confiar em quem nos tão bem tem dirigido ao longo destes anos. 

Mas que estamos na presença de um plantel demasiado curto, isso parece evidente.


Por: Eddie the Head

3 comentários:

Anónimo disse...

Izmaylov veio para esse papel, não para médio. Por isso, já temos o nosso reforço.

Anónimo disse...

Izmaylov nunca teve caraterísticas para esse papel e não é agora com 30 anos que os vai ter, é sim um médio de eleição. Concordo com o que escrito, Iturbe e Kelvin não têm futebol para serem opções para jogos importantes, só para jogos já resolvidos para ganharem experiência.
Atsu de certa forma é o que está mais próximo, espero que evolua nesse sentido.Já Varela está cada vez menos intenso e desiquilibrador, o que para a posição dele, é estarmos a jogar com menos 1.

Anónimo disse...

Esquecim-me de referenciar o Sebá, que tem potencial para ser trabalho. Já o liedson espero que seja por estarmos no mercado de inverno e custa caro contratar alguém definitivo para concorrer com Jackson, pois com 35 anos e a receber 90mil, é bom que no verão o Porto não exerça a opção de adicionar mais 1 ano e vá buscar o Dellatore à B ou alguém novo com pontencial e seja opção válida no decorrer dos jogos.

>